terça-feira, 27 de março de 2012

Tratados e Pazes

Decididamente eu andava com algumas ideias... sobre o quê? Pois, não sei...
Este texto está escrito numa folha com linhas (que já não uso), a lápis e já meio esbatido.

Diz-se que antigamente o emissário duma notícia desconhecia o seu teor até a mesma ser lida pelo destinatário: se continuasse vivo era sinal que a notícia era boa, caso contrário esperava-o a morte.
As Relações Internacionais mudaram radicalmente ao longo dos séculos e hoje os emissários são diplomatas aceites até em países cujos relacionamentos são instáveis, por força da procura de equilíbrios que, não sendo alcançados, podem levar a conflitos diplomáticos que, à sua maneira, também são uma guerra.
Se as Relações Internacionais visam o estudo dos relacionamentos políticos, económicos e sociais entre países, os fenómenos religiosos não estão menos ligados a toda esta dinâmica, quer na actualidade ou na Antiguidade: a um convidado muçulmano só será servida carne de porco se o quisermos afrontar, não se pede a um judeu para trabalhar ao sábado, respeita-se o Domingo como dia santo a um católico.
As Missões Diplomáticas permanentes em países estrangeiros foram uma necessidade recorrente da Paz de Vestefália, nome que se conceituou dar a um conjunto de tratados e documentos legais que fizeram nascer o chamado Sistema Internacional e respeitar princípios como a soberania estatal ou o Estado nação.
Cansados duma lista de conflitos generalizados, com todos os aspectos negativos e prejudicais que englobavam, procurou-se um Equilíbrio de Poder, objectivo que se veio alcançando ao longo dos séculos com a Paz de Vestefália, em 1648, o Congresso de Viena, em 1815, e com o Tratado de Versalhes em 1919, momentos triangulares da busca duma paz duradoura.
Assim, embora os relacionamentos entre estados, nações, províncias, reinos, impérios, regiões, ou mais formas que se queiram acrescentar, existam desde a existência do Homem, considera-se que o nascimento das Relações Internacionais, como são encaradas hoje, nasceu com a Paz de Vestefália.
Actualmente fala-se muito em conflitos diplomáticos para designar a desagradabilidade de um país relativamente a outro(s) mas sem que entrem em conflito armado, ou seja, são desentendimentos que se espera vir a resolver sentados a uma mesa, símbolo da partilha e da paz, aqui também sinónimo da esperança numa resolução pacífica da situação. Tempos houve em que não se agia desta forma e não nos referimos a períodos de guerra, altura em que os códigos, valores e princípios parecem ser ainda mais esquecidos que habitualmente. 

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